Principais Obras

 

Altores e obras:
Pero Vaz Caminha

Autor da "certidão de nascimento" do Brasil, onde relatava ao rei de Portugal a "descoberta" da Terra de Vera Cruz (1500)

Pero Lopes de Souza

Diário da navegação da armada que foi à terra do Brasil em 1500 (1530)

Pero Magalhães Gândavo

Tratado da terra do Brasil e A história da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamam Brasil (1576)

Gabriel Soares de Sousa

Tratado descritivo do Brasil (1587)

Ambrósio Fernandes Brandão

Diálogo das grandezas do Brasil (1618)

Frei Vicente do Salvador

História do Brasil (1627)

Pe. Manuel da Nóbrega

Diálogo sobre a conversão dos gentios (1558)

Pe. José de Anchieta

Obra vasta a ser tratada com mais detalhes a seguir

Vejam a seguir:

 

 

 

"Há no Brasil grandíssimas matas e árvores agrestes, cedros, carvalhos, vinháticos, angelins e outras não conhecidas em Espanha, de madeiras fortíssimas para se poderem fazer delas fortíssimos galeões (...). Mas os índios naturais da terra as embarcações de que usam são canoas de um só pau, que lavram a fogo e a ferro (...)"

 
 

--História da Custória do Brasil, Frei Vicente do Salvador

 

 

 

"Esta planta é mui tenra e não muito alta, não tem ramos senão umas fôlhas que serão seis ou sete palmos de comprido. A fruita se chama banana. Parecem-se na feição com pepinos e criam-se em cachos. (...) Esta fruta é mui saborosa, e das boas, que há na terra: tem uma pele como de figo (ainda que mais dura) a qual lhe lançam fora quando a querem comer: mas faz dano à saúde e causa fevre a quem se demanda dela"

 
  --História da Província Santa Cruz, Pero de Magalhães Gândavo

A carta de Caminha faz um relato dos dias passados na Terra de Vera Cruz (nome antigo do Brasil) em Porto Seguro, da primeira missa, dos índios que subiram a bordo das naus, dos costumes destes e da aparência deles (com uma certa obsessão por suas "vergonhas"), assim como fala do potencial da terra, tanto para a mineração (relata que não se achou ouro ou prata, mas que os nativos indicam sua existência), exploração biológica (a fauna e a flora) e humana, já que fala sempre em "salvar" os nativos, convertendo-os.

 

"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!"

 
  --Carta de Caminha
 

"Viu um deles [índios] umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. Isso tomávamos nós por assim o desejarmos"

 
   
 

"Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm nem entendem em nenhuma crença"

 
   
 

"Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar"

 

 

             

 

 

 

 


 

 
 

 

--Auto de São Lourenço, Pe José de Anchieta
 


Não há cousa segura.
Tudo quanto se vê
se vai passando.
A vida não tem dura.
O bem se vai gastando.
Toda criatura
passa voando.

Em Deus, meu criador,
está todo meu bem
e esperança
meu gosto e meu amor
e bem-aventurança.
Quem serve a tal Senhor
não faz mudança.

Contente assim, minha alma,
do doce amor de Deus
toda ferida,
o mundo deixa em calma,
buscando a outra vida,
na qual deseja ser
toda absorvida.

Do pé do sacro monte
meus olhos levantando
ao alto cume,
vi estar aberta a fonte
do verdadeiro lume,
que as trevas do meu peito
todas consume

Correm doces licores
das grandes aberturas
do penedo.
Levantam-se os errores,
levanta-se o degredo
e tira-se a amargura
do fruto azedo!

 
   
 
   
 


 

 
   
José de Anchieta:

Papel de destaque na fundação de São Paulo e na catequese dos índios. Iniciou o teatro no Brasil e foi pesquisador do folclore e da língua indígena.

Produção diversificada, sendo autor de poesias líricas e épicas, teatro, cartas, sermões e uma gramática do tupi-guarani.

De sua obra destacam-se: Do Santíssimo Sacramento, A Santa Inês (poesias) e Na festa de São Lourenço, Auto da Pregação Universal (autos).

Usava em seus textos uma linguagem simples, revelando acentuadas características de tradição medieval portuguesa.

Suas poesias estão impregnadas de idéias religiosas e conceitos morais e pedagógicos. As peças de teatro lembram a tradição medieval de Gil Vicente e foram feitas para tornar vivos os valores e ideais cristãos. Nas peças, ele está sempre preocupado em caracterizar os extremos como Bem e Mal, Anjo e Diabo, característica pré-barroca.